segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Chegada do papagaio a casa

Chegada do papagaio a casa

O dia em que o papagaio chega a casa, é sempre um dia de imensa euforia e de animação, toda a gente quer ver, quer mexer, quer dar mimos, etc.
Tudo isso é normal e compreensível, mas também é muito importante perceber o que estará a pensar o papagaio, que é um bebe, saiu do ambiente a que estava habituado e agora tem uma serie de coisas para descobrir. O que recomendo que se faça, é que assim que se chega a casa com o papagaio se mude o papagaio para o local onde irá ficar nessa fase, que será ainda uma caixa para manter a temperatura mais quente, poderá ser uma incubadora ou até apenas uma caixa de cartão com o fundo forrado e deixá-lo lá sossegado, sem estar preocupado com o que se passa à volta de maneira a que sinta confiança para explorar o novo local e sentir-se bem lá, só depois, talvez umas 3 horas, depende do papagaio, se se assustou mais ou menos com o transporte, se é mais calmo, se mais amedrontado, etc. Só aí, quando vemos que o papagaio já está ambientado, que já se sente confiante dentro da caixa, podemos começar a interagir com ele sem ainda lhe tocar, apenas falar com ele, chamar a sua atenção e o mais provável é que abra o bico desesperadamente a pedir comida, aí, retira-se da caixa e coloca-se ao colo, mostrando que o colo é um lugar seguro e confortável para se estar. A partir daqui é uma descoberta para ambas as partes. A cada dia vamos percebendo melhor aquilo que nos querem transmitir e vamos percebendo os seus receios e é com base nisso que devemos agir para que sempre se sinta seguro no colo ou no ombro ou na mão, que a mão represente um refúgio. Na hora da comida, não se deve ir ao encontro do papagaio de forma a colocar-lhe a comida no bico, mas sim, estimular que se aproxime por ele para vir comer o que temos para lhe dar. Criar uma relação de confiança desde o primeiro momento é fundamental pois os papagaios têm uma memória excelente e guardam as recordações todas, se são más por inexperiência dos primeiros tempos, podem vir a revelar-se problemáticas no futuro. Sempre que manusear o papagaio, faça-o de forma calma e lenta para que ele não se desequilibre e se sinta seguro, é muito importante.
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Alimentação dos papagaios

A alimentação dos papagaios em cativeiro é um assunto bastante discutido e existem imensas opiniões acerca do tema, esta que aqui vou deixar é apenas a minha. Ao longo do tempo, os donos dos papagaios procuraram alimentar as suas aves da melhor e mais correcta forma que sabiam, uns com misturas de sementes (que comiam apenas as que mais gostavam), outras baseadas apenas em girassol (como ainda se vê, infelizmente) mas com o evoluir da ciência e após vários estudos tanto a nível de laboratório como em experiências com papagaios em cativeiro, chegou-se à conclusão que se poderia criar uma ração equilibrada com todos os nutrientes necessários a uma dieta equilibrada e saudável (evitando a escolha apenas do que mais lhes agrada). Podemos e devemos complementar com frutas e verduras, nem que seja para variar os sabores que os nossos papagaios saboreiam, e frutas e verduras só fazem bem. No meu caso, eu forneço diariamente, uma mistura seleccionada de sementes ( mistura para pombos de alta competição) demolhado 24 horas, fruta como maça, laranja, uvas, e verduras como feijão verde, brócolos, cenoura. Estes são alguns exemplos, mas os papagaios gostam de quase todos os vegetais, até cebola. E coloco também, ração à descrição para que fique para o dia enquanto não estou em casa (apenas a dose que sei que comem durante o dia para evitar que desperdicem, quanto mais têm mais desperdiçam). Os alimentos como amendoins, nozes ou girassol são alimentos que os papagaios adoram pela sua quantidade de óleo e gordura, mas não são alimentos saudáveis para os papagaios, especialmente os que não têm a possibilidade de voar diariamente, como tal devem ser dados em doses muito reduzidas e controladas. No inverno podemos dar um acréscimo destes alimentos pois as temperaturas são mais baixas que no habitat natural e a necessidade de gordura aumenta, mas, todos estes alimentos devem ser dados (1 amendoim por dia/ uma noz por dia/ meia dúzia de girassóis) apenas como recompensa por algo que nos agrada, usando assim os alimentos favoritos dos papagaios como moeda de troca por comportamentos que nos agradam, com isto transformaremos a nossa relação com eles, melhorando-a bastante. Mas, com isto, temos de ter muito cuidado, já vi acontecer coisas como, "o papagaio não se cala! Dá-lhe um amendoim que ele fica entretido e cala-se.", com este comportamento estamos a recompensar o papagaio por estar a falar ou a berrar e ele vai entender isso como, quando eu grito, dão-me uma guloseima, e assim passará a maioria do tempo a gritar. Da mesma forma, se usarmos o amendoim quando ele diz o nosso nome ou algo que nos agrada estaremos a incentivar algo que nos agrada... A alimentação é algo precioso na qualidade de vida dos papagaios, na natureza eles podem escolher o que comem, em função do que há num raio de vários quilómetros, os papagaios em cativeiro, têm de se contentar com aquilo que lhes disponibilizamos e é nosso dever enquanto donos de fornecer a melhor alimentação possível. O ideal de alimentação em termos de escolha da ração, é sem dúvida a ração biológica, existem ainda poucas marcas a fabricar mas acredito que com o tempo apareçam mais e os preços se tornem mais acessíveis. Podemos e devemos ir sempre variando a marca da ração que os nossos papagaios comem, podemos comprar duas ou três marcas diferentes e ir misturando as rações porque nenhuma é perfeita, e desta forma garantimos uma maior variedade de fontes dos produtos usados no fabrico da ração e de nutrientes nelas contidos.
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Aquisição do papagaio

Aquisição do papagaio


Quando se decide que se quer ter um papagaio, não se deve comprar o primeiro que se encontra e que até é simpático e parece feliz e saudável. Em primeiro lugar há que ter em consideração que um papagaio é mais que um animal de estimação dito “normal” que no máximo dura uns 15 a 20 anos, um papagaio que seja bem tratado dura a vida inteira, muitas vezes morrendo primeiro os donos e só depois a ave. Depois é necessário saber, qual a espécie que melhor se adequa aquilo que idealizamos como o nosso papagaio, pois não são apenas as cores que os diferem, dentro da mesma espécie, existem imensas subespécies e muitas vezes com características até bastante diferentes, quanto mais as diferenças entre as espécies.
Exactamente por não ter este aspecto em conta muitas vezes encontramos pessoas a queixar-se que tem um papagaio mas não consegue nada dele, que apenas o quer morder e grita cada vez que se aproximam demais da gaiola. Provavelmente comprou o papagaio uma vez que o viu à venda num qualquer sitio, sem saber os seus antecedentes, sem saber a sua origem, os possíveis traumas que tenha passado, etc., e depois também não compreende que uma ave traumatizada exigirá muito mas mesmo muito mais esforço para domesticar do que uma ave que não tenha passado por essas situações ou de preferência que tenha sido acabada de criar pelo dono.
A escolha da espécie é um tema muito pouco abordado e por norma as pessoas compram pelo gosto, prefiro o verde, gosto mais do amarelo, o cinzento também é bonito e dizem que é o que fala mais… Um papagaio tem muito mais para dar do que a repetição das palavras, papagaios são aves com temperamento definido, cada espécie tem as suas características e nenhuma é igual à outra. O que eu penso que se deve fazer é mesmo escolher umas 5 espécies dentro das preferências em termos de aspecto físico, cores e tamanho, depois dentro dessa escolha, procurar pesquisar as principais características e só depois seleccionar duas e aí então aprofundar a pesquisa para ter a certeza de qual se adequa mais aquilo que buscamos no nosso papagaio. Depois de bem estudadas as espécies, e de decidida qual a espécie a adquirir, está na hora de procurar um criador que ofereça garantias de que se estará a adquirir um bom exemplar, e isso é simples, podemos visitar vários criadores ou recorrer a uma loja de confiança e adquirir através deles que já sabem onde podem ir comprar.
A idade mais recomendada para a aquisição de um papagaio é variável, e não depende apenas da espécie como também de ave para ave, pois não se pode precisar uma idade certa para sair do criador e ir para a casa dos donos, existe sim, uma fase, essa fase em que a ave se encontra, que dentro de certas espécies pode diferenciar um mês de ave para ave. Na minha opinião, a fase ideal é quando o papagaio está a começar a comer, mas ainda come papa através da seringa duas vezes por dia, de manhã e à noite, pois assim será viável para os donos pois alimentam antes de sair de casa e só necessitam voltar a alimentar à noite, antes de ir dormir, durante o dia o papagaio aprende a comer por ele, por ter fome, e à hora a que os donos chegam podem aproveitar para dar mimo, atenção, estimular a que coma sozinho, criar uma relação especial com o papagaio, ensinar os hábitos de casa que adquiridos bastante cedo ficam para sempre, e cada família define os limites que dá ao seu papagaio, nesta idade aprendem facilmente, mais tarde tudo custa mais.
Importante também, que antes de se comprar o papagaio se tenha tudo o que ele vai necessitar nos primeiros dias já em casa preparado para a sua chegada. Comprado o papagaio, a aventura começa….
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Condições para o papagaio

Condições para o papagaio se sentir bem


Para podermos ter orgulho de ter um papagaio bonito, simpático, dócil e feliz, temos de ter em conta as condições que preparamos para ele/s.
Um papagaio deve ter a sua gaiola, aquele que será o seu território e o seu abrigo, que terá de ter as medidas na proporção do tempo que ele lá ficar dentro, pois muitas vezes podemos pensar que, “ coitadinho do papagaio que está numa gaiola tão pequena”, mas esse mesmo papagaio se calhar só passa meia dúzia de horas nessa gaiola e o resto do tempo está em casa solto e pode voar pela casa à sua vontade e exercitar-se bastante, e muitas vezes vendo gaiolas médias,” parece que ali o papagaio está bem melhor”, mas se nunca sai de lá e nunca pode voar, essa gaiola é pequena. Para ter papagaios sempre fechados, a gaiola deve ter no mínimo 2 metros de altura por 2 de largura e uns 4 de comprimento, aí podemos ter um casal de papagaios felizes. Como tal, devemos sempre pensar em que estilo de vida iremos dar ao papagaio e depois decidir qual o tamanho de gaiola que este precisará. O mínimo é sempre o suficiente para que o papagaio possa abrir as asas e esticá-las sem tocar na rede da gaiola para não danificar as penas, nas araras atenção ao comprimento da cauda.
O que recomendo é que se eduque o papagaio para que este tenha direito a andar solto umas horas por dia, mesmo dividido de manha e à noite, nem que seja numa só divisão da casa para que possa voar e exercitar os músculos e com isso manter-se saudável, pode ser a mesma divisão onde fica a gaiola e colocando um ou dois poleiros estrategicamente posicionados para que possa voar para lá e lá ficar e não sujar a casa toda, ou pode ensinar a fazer necessidades apenas na gaiola e assim ficar ainda mais à vontade.
A gaiola deve ter algo absorvente no fundo de maneira a absorver os líquidos e as fezes que os papagaios largam assim como água que caia do bebedouro quando bebem, para que quando o papagaio for ao chão não suje as patas e com isso não suje mais nada, e para evitar a formação de fungos e bactérias. Este material que forra o fundo de gaiola deve ser mudado regularmente para que esteja sempre em boas condições e que não acumule dejectos de vários dias.
Atenção à colocação dos poleiros de forma a permitir o maior aproveitamento do espaço por parte do papagaio e de forma a tornar fácil o acesso à comida e à água.
Uma boa alimentação, boa higiene, espaço adequado, brinquedos para se entreterem nas horas em que o dono não está e um correcto manejo do papagaio, torna a relação papagaio/dono, uma relação duradoura e muito saudável.
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Desmame

Desmame

O desmame é para o papagaio uma fase muito importante, é nesta fase que ele aprende a comer sozinho mas também é quando está mais apto a aprender.
Para o papagaio, a fase de desmame pode ser considerada a fase em que começa a comer sozinho e começa a deixar de precisar de ajuda para se alimentar, mas esta é uma fase que deve ser prolongada tanto quanto acharmos necessário em função do desenvolvimento do papagaio, existe a teoria que esta espécie de papagaio desmama aos x meses e aquela espécie aos tantos, mas isso está errado, para cada papagaio existe um timing e é nossa obrigação enquanto donos descobrir esse timing e fazer dessa uma fase positiva para o papagaio, aproveitando ao máximo esse timing para construir uma relação bem sólida com o papagaio.
Quando a ave está coberta de penas, deve iniciar-se o processo, reduzindo um pouco a papa da manhã ou diluindo um pouco mais de forma a ficar cheio mas a digerir mais rápido. Antes de todas as refeições deve-se tentar dar pedacinhos de comida, (maçã, sementes demolhadas, ração partida em pedacinhos pequenos) colocando-os no bico do papagaio na esperança que este os comece a roer e depois a engolir. O facto de estarmos a ensinar o papagaio a comer sozinho não quer dizer que se retire a papa, mas sim que se reduza, muito gradualmente, para que o papagaio sinta necessidade de se alimentar.
Quando o papagaio começar a engolir alguns pedaços, podemos então retirar a refeição do meio-dia e nessa altura dar-lhe pela mão mais uma vez, sementes demolhadas, maçã, banana, pedacinhos de bolacha Maria, ração partida aos pedacinhos. Podemos também nesta fase começar a dar de manha ração demolhada e esfarelada tipo papa, pela seringa para que se habitue ao sabor da ração. A refeição da noite é a mais importante mas também é a que está num horário mais propicio a que tenhamos tempo disponível para o papagaio, como tal, nessa hora devemos tentar que coma por si próprio, dar-lhe no bico, nesta fase até girassol é bom, pois por norma os papagaios vêm ensinados a descascar girassol e assim começa a aprender a engolir sólidos.
Nesta fase também é muito importante que se comece a estimular o desenvolvimento da motricidade. Para os papagaios, a motricidade é muito importante ser estimulada quando ainda não voam para que quando começam a voar, aterrar seja mais fácil.
Gastar tempo a colocar comida no bico do papagaio e a fazer com que aprenda a comer sozinho é tempo bem gasto, além de o estimular a desmamar, é tempo de criação de laços que ficarão para sempre. Pode ser feito a qualquer hora, como bebes, estão sempre prontos a comer. Nunca se pode forçar nada, se o papagaio não quer comer aquilo não vale a pena insistir, mais tarde irá comer, muitas vezes queremos que gostem disto ou daquilo porque é o mais saudável, mas na fase do desmame isso não deve ser levado em conta, devemos variar o máximo possível os sabores mas se não quiser este ou aquele, não é preocupante. Estes momentos também são óptimos para iniciar o sentido de reforço positivo, que se ensinado desde bem cedo permite no futuro ter tudo do nosso papagaio. Quando se está a dar comida pela mão, deve-se faze-lo num local com espaço para que o papagaio possa caminhar e assim atrai-lo à mão para receber o que temos para ele, assim estaremos a estimular a motricidade, o cérebro, a educação e a construir relação de amizade. Colocamos o papagaio numa ponta da mesa, e chamamos para a outra, como o que quer é estar perto, vai ter com a mão, assim que chega perto damos um pedacinho e uns mimos, depois mudamos a mão para o outro lado e repetimos, quanto mais vezes repetirmos melhor.
Nesta fase também é importante mostrar ao papagaio o mundo em seu redor. Quando chegamos a casa depois do trabalho, sempre temos coisas para fazer antes de poder estar dedicado ao papagaio, então, juntamos o necessário ao agradável, colocamos o papagaio no ombro e levamos a fazer as coisas que temos de fazer dentro de casa, seja preparar algo no computador, seja preparar ferramentas, seja o que for, até mesmo se tiver de pendurar um candeeiro no tecto e fazer furos com o berbequim, o barulho ao inicio vai assusta-lo mas mostra-se que não faz mal e é mais um medo ultrapassado. Quanto maior a variedade de situações que puder ver e observar, mais confiante o papagaio se sentirá no seu ombro e com ele próprio. Passear na rua nesta fase só se for com um fio na anilha de modo a que não possa voar e caso esteja uma temperatura agradável que não lhe seja frio. Mostrar ao papagaio toda a casa, passear com ele no ombro de um lado para o outro, quanto mais contacto tiver com o papagaio nesta fase mais apegado ficará a si. Muito importante também nesta fase é que o papagaio possa ser sociabilizado, chamar o maior número de amigos, dois ou três de cada vez e pedir que tenham contacto com o papagaio, que peguem nele, que o acariciem, quanto mais sociabilização tiver, menos medo terá de estranhos e menos agressivo será com estranhos quando for adulto.
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Acabar de criar à mão

Acabar de criar à mão

O que é mais recomendado para quem pretende ter um papagaio é sem duvida adquiri-lo quando ainda come papa duas vezes por dia como falei em Aquisição do papagaio. Para tal é necessário preparar as coisas para receber o novo membro da família. Vou descrever tudo tendo em conta que nesta fase o papagaio já está coberto de penas, se decidir criar desde mais cedo, exige outro tipo de condições.
Antes de mais, devemos pensar como iremos garantir a temperatura ambiente mais quente para que o papagaio possa ficar num ambiente adequado à sua idade, se for no verão, provavelmente uma caixa de cartão que se fecha à noite numa divisão da casa onde a temperatura não baixe com o cair da noite, ou deixar um aquecimento ligado nessa divisão apenas para garantir cerca de 28 graus. Se for inverno, já convém ter uma caixa de madeira com uma lâmpada de aquecimento e uma ventoinha tipo computador para circular o ar.
Nesta fase o papagaio já tem o corpo coberto de penas e já se aguenta bem com alguma oscilação mas quanto mais prevenirmos melhor, e o ideal é que tenha temperatura constante, mas na natureza também não a tem, pois quando os pais saem do ninho, este fica bem mais frio do que quando lá estão, mas passam lá a noite.
Depois da caixa preparada, da papa comprada, do papagaio adquirido, depois do papagaio estar ambientado à sua nova casa, está na hora de comer a primeira vez na casa nova e ou já passaram algumas horas e está mesmo cheio de fome ou o papagaio irá ter tendência para se afastar das novas mãos que trazem a seringa, muita atenção a este ponto, se for atrás dele e lhe der a comida, estará a recompensar que fuja de si, nas primeiras vezes que se alimenta o papagaio recém chegado deve-se ter o cuidado de o “obrigar” a aproximar-se para receber a comida, nunca ir atrás dele e dar-lhe. Ao “obrigar” o papagaio a vir comer da seringa perto da mão, sendo que tenha de se aproximar para chegar perto, estamos a ensinar que aproximar-se de nós é bom, traz comida.
Depois, nas seguintes refeições ir aumentando o grau de exigência, perto não chega, tem de subir para o dedo antes de comer e depois irá começar a fase de aprender a voar e aí terá de voar para a mão para receber comida, com isto estaremos a ensinar o papagaio que voar para nós é bom.
Mas tentando ser um pouco mais preciso no que diz respeito a esta fase tão importante, devemos repetir o máximo de vezes possível cada comportamento que desejamos. O “obrigar” a aproximar-se para comer significa estar perto, ao alcance do papagaio e para que este se possa aproximar facilmente da ponta da seringa, estando o nosso dedo no meio entre o papagaio e a seringa. O papagaio como está com fome irá aproximar-se para obter a comida e assim que dê o primeiro passo na nossa direcção, devemos dar a primeira “dose” da seringa(+/- 1ml) e repetir até que ande uns passinhos até chegar à seringa, ou seja, cada vez que recebe comida da seringa é porque se deslocou na nossa direcção, não basta que ande uns passinhos para perto e ali fique a comer toda a papa que temos no copo. Se o papagaio já chegou ao limite da mesa onde o estamos a alimentar, devemos recolocá-lo na outra extremidade e assim tornar a chamar para que vá avançando na direcção da mão e da seringa. Este trabalho pode parecer desnecessário pois se já veio para perto para comer, porque não dar-lhe a comida ali mesmo e está bom? Lá está, os papagaios como nós humanos são “programáveis”, se desde bem cedo formos habituados a algo, no futuro isso será algo “automático” que acontecerá naturalmente e ao estar a apenas dar a comida quando se aproxima, vai fazer com que o cérebro do papagaio fique “programado” para vir ter connosco pois sabe que somos a fonte da alimentação.
Sempre que se dá comida, deve-se aproveitar o momento, numa fase mais avançada, o papagaio quererá começar a bater as asas e a aprender a voar, aí mais uma vez, a seringa é um aliado ao ensino, o papagaio no inicio irá bater as asas sem sair de onde está, até que quererá levantar voo para algum lado, assim que se percebe que o papagaio começa a querer voar, aproveita-se antes de começar a dar comida, quando está mais leve, tem o papo vazio, e aventura-se mais pela comida. O que fazer? Colocar o papagaio num local onde ele sinta confiante e chamá-lo mostrando a seringa, ele irá voar as primeiras vezes e nas primeiras vezes não deverá conseguir pousar logo no braço, provavelmente voará para o topo dos armários ou para um local alto, o que é normal pois é o que mais facilmente fazem quando estão a aprender a voar, subir, subir é o mais fácil, descer o mais difícil e aterrar, bastante complicado, mas como “papás” babados e pacientes que somos, damos mais hipóteses, recolocamos no local de onde levantará voo e tornamos a chamar, só dando comida quando aterra em nós. Muitas vezes levantam voo e até vêm na nossa direcção, basta colocarmos a mão à frente para que se agarre e aí já podemos dar um bocadinho de comida, mais uma vez, recolocamos no sítio de onde levanta e tornar a chamar, umas 5, 6 vezes que deve ser mais ou menos quando já tem algum peso no papo e fica mais difícil voar. Nessa altura, vamos para o habitual local de alimentação e damos o resto num mesmo sitio para que sinta segurança e que se alimente até ter o papo cheio que é quando já não conseguiria voar de certeza .
Depois do papo cheio, não devemos logo recolocar o papagaio na sua caixa, podemos aproveitar o momento em que o papagaio estará mais tranquilo, para lhe dar um auxílio na limpeza das penas, especialmente as que estão em volta do bico que são as que ficam mais sujas de papa que depois de seca sai bem. Depois da limpeza feita, um colinho para que durma meia horita é um mimo que ajuda em muito a criar um laço afectivo bem forte…
Aves criadas à mão sempre são mais dóceis que criadas pelos pais e domesticadas depois. E criar à mão não é uma brincadeira, mas também não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, basta seguir à risca o método e ter muita atenção aos pormenores que por vezes são o que faz a diferença. Há vários pontos que são essenciais: - Criar as condições de temperatura e humidade correctas para a espécie a criar.
Ter muito cuidado em retirar todo o ar da seringa antes de começar a dar a papa, para que não entre ar no papo. - Ter muita atenção ao tempo durante o qual se insere alimento no bico da ave para que esta respire facilmente e nunca entre comida para os pulmões, a ave deve engolir ao seu ritmo. - NUNCA dar comida sem que a ave tenha o papo totalmente vazio. - Ter muita atenção à solidez da papa, demasiado aguada não alimenta o suficiente, e demasiado consistente seca no papo e pode levar à morte da ave, em caso de dúvida, mais vale um pouco mais aguada.
Não limitar o contacto com a ave aos momentos de alimentação, antes de cada toma deve ser dada atenção à ave, conversar com ela, pegar-lhe com cuidado para não apertar o papo, depois da alimentação deixar a ave dormir no nosso colo desde que a temperatura ambiente o permita. Quanto mais intimidade houver mais dócil a ave se tornará.
O desmame é uma fase muito importante, deve ser feito de forma muito gradual. Ir reduzindo a quantidade de tomas diárias suavemente, se comia 4 vezes por dia e vai passar a comer só 3, deve ser dia sim dia não durante uma semana ( 1 dia come as 4 vezes, no dia seguinte as 3) e só depois dar apenas as 3 todos os dias e usar o mesmo método até ao desmame total, em que quando se deixa de dar alimento via seringa, se dê dia sim dia não durante ainda umas duas semanas para que o desmame seja o mais suave possível e a ave não emagreça. Depois de ter em conta estas "regras" básicas, penso que quase todos os amantes de aves podem aventurar-se a criar uma ave à mão. No inicio do desmame, faz parte das nossas funções, ensinar a ave a comer. A fruta, é dos alimentos que primeiro pegam, quando o papagaio está a comer apenas as duas vezes por dia, serão de manhã e à noite. Durante o dia, deve ser deixado ao alcance do papagaio, alimento para que vá descobrindo por si só como se come. O ideal é que se possa deixar, fruta partida em pedaços pequenos numa tigela, noutra, ração partida também em pedaços pequeninos para que os consiga segurar com o bico e comer uma parte, e numa terceira tigela, mistura de sementes para pombos demolhadas. Com estes alimentos à disposição, durante o dia, o papagaio vai começar a depenicar pois entre as refeições começa a sentir fome. Sempre que se possa, deve-se estimular o papagaio para que coma sozinho. Dar pela mão, fruta, ração partida em pequenos pedaços, ou qualquer alimento que o papagaio goste, é um bom estímulo para que coma sozinho e dispense a seringa, por isso, sempre que possível, tentar dar pela mão, até porque mais uma vez, estaremos a dar atenção e a criar laços com o papagaio.
Uma boa forma de habituar o papagaio ao sabor da ração que desejamos dar como base alimentar, é demolhar a ração durante umas horas, para que a possamos dar pela seringa, e assim, podemos fazer um mimo ao papagaio e mais uma vez, estar a ensinar algo novo. Ao fim da tarde, quando se chega do trabalho, podemos ter já a ração demolhada desde de manhã, e dar uns 15ml de ração demolhada, via seringa. Isto após tentar que coma sozinho a ração seca, partida em pedaços pequenos e dada pela mão.
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